domingo, 27 de outubro de 2013


Reforma Protestante - 496 anos



Por em 21:45

Um marco histórico contra a manipulação da igreja católica

A Reforma Protestante completa neste ano (2013) exatamente 496 anos desde o seu início, no  século XVI. A data é uma alusão ao dia da divulgação das 95 teses de Martinho Lutero fixadas na porta do Castelo de Wittenberg em 31 de outubro de 1517 contra as práticas antibíblicas da igreja católica. 
A Reforma trouxe muitas mudanças que refletiram fortemente no aspecto político, social e intelectual. Mas seu principal efeito foi no aspecto religioso. Afinal. Por longos séculos o único interesse da igreja católica era o poder, e quanto mais recursos possuía, mais poder obteria. 
Muito antes do século XV a filosofia de extorquir os fiéis na compra da salvação entre outras práticas, com o tempo foram sendo esclarecidas pela interpretação correta da Bíblia. Naquela época poucas pessoas tinham acesso às Escrituras e assim o clero fazia o que bem entendia com as doutrinas de Cristo. Afinal tudo era feito em latim, língua que o povo comum não dominava. Boa parte da doutrina era ministrada com muita manipulação, com fins de obter vantagens para aumentar, sobretudo o patrimônio da igreja católica e de tabela o poder político do papa. 

Os precursores da Reforma

Bem antes de Lutero já havia um forte desejo de mudança por parte de muitos fiéis. Em 1175 a base reformista defendida por muitos era bem próxima com a que Lutero anos mais tarde defenderia. A diferença é que Lutero a defendeu de forma mais embasada. A título de exemplo temos Pedro Valdo, um rico comerciante de Lyon, no sul da França que se converteu ao cristianismo. Valdo após abandonar a carreira de comerciante tornou-se um pregador leigo. Sua pregação era bem simples, mas suficiente para reunir muitas pessoas em casas, ruas e grutas. Os seguidores de Valdo foram chamados de valdenses. Todos esperavam que a igreja católica valorizasse a simplicidade, e jamais pensaram em abandoná-la. Valdo e seus seguidores ansiavam por um culto simples, sem luxo, e uma igreja sem bens e um papa sem poderes sobre os assuntos temporais. Algo impossível? Lamentavelmente sim. Então os valdenses foram perseguidos impiedosamente pela igreja católica. 
Outros personagens que são considerados precursores da Reforma são John Wycliffe, John Huss e Jerônimo Savanarola. No século XV suas idéias contra a autoridade papal ganharam bastante força em países importantes da Europa. O caminho da Reforma estava sendo assim preparado para impactar o mundo. 
Um fato que muito contribuiu para a Reforma foi um maior acesso da população às Escrituras. Muitos intelectuais da época se interessaram em traduzir porções da bíblia ou mesmo a Bíblia completa para que todos conhecessem o verdadeiro plano de Deus para a salvação do homem a qual inicia com a salvação exclusivamente pela fé no sacrifício de Cristo por nossos pecados. 
Quando Lutero começou a ler a Bíblia e perceber os desvios da igreja católica não pensava em romper com a mesma, mas em seu íntimo condenava muitas práticas do clero. Suas tentativas de fazer uma reforma à base de sua influencia foram totalmente frustradas. Então Lutero decidiu denunciar publicamente os erros da igreja católica bem como o abuso da autoridade papal. 
Para o reformador ficou claro que o distanciamento da Igreja Católica da simplicidade da igreja primitiva explicava toda a corrupção que a mesma estava envolvida, a começar pelos líderes, onde a pessoa do papa inexiste na igreja primitiva. O outro fato importante que serviu de base para a Reforma Protestante foi a autoridade da Bíblia a qual estava solapada pelos dogmas criados dentro da igreja católica. 
Lutero argumentava biblicamente que a Bíblia deve governar a igreja, e não o inverso. Todo o escopo da Reforma Protestante pode ser compreendido através dos 5 Solas da Reforma: Solus Christus – Somente Cristo; Sola Gratia – somente pela graça; Sola Fide – Somente pela fé; Sola Scriptura – Somente as Escrituras; Soli deo Gloria – Tudo para a glória de Deus. Para os reformadores o distanciamento destes pontos explicam a corrupção da igreja ao longo dos séculos, inclusive perseguindo em nome de Cristo aqueles que discordavam de suas interpretações. 
A Reforma Protestante também contribui muito para a liberdade de expressão. De fato, qualquer pessoa poderia ler a bíblia e compreendê-la independente da interpretação do clero. Em outras palavras: com a bíblia já traduzida, todos poderiam lê-la e conferir se o ensino que estavam recebendo estava de acordo ou não com a verdade escrita. Posteriormente, em 1546 a igreja Católica reagiu através do concílio de Trento aprovando a inclusão dos livros apócrifos no Cânon Sagrado. Estes livros contem a base de muitas doutrinas romanistas como a o purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Desde então ficou estabelecido claramente a diferença entre a bíblia católica e a Bíblia Evangélica.
Lutero também não tinha em mente fazer uma reforma política, mas a interpretação bíblica sobre as autoridades constituídas por Deus fez com que o reformador ganhasse a simpatia de muitos reis e príncipes. Tudo começou quando Lutero questionou pela Bíblia a autoridade papal provando que somente o rei tinha a proteção de Deus e o direito de político de comandar um país e não a igreja. Usando a Bíblia Lutero argumentava que a esfera da igreja é exclusivamente espiritual e, portanto deveria cuidar somente de seus fieis através de um ensino bíblico sadio. A igreja não deveria interferir no governo político, como sempre fez o clero em todo o mundo ao longo dos séculos.
A base da Reforma Protestante, os cinco solas, são ainda atuais, porque se baseiam na verdade eterna das Escrituras. Estes fundamentos devem nos levar novamente a analisar se realmente estamos sendo fiéis à verdade do evangelho ou simplesmente estamos envolvidos em muita religiosidade falsa
 

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